Ouro português luta pela internacionalização

O aumento da procura de jóias em ouro com mais quilates no Médio Oriente e na Ásia pode representar uma oportunidade para a revitalização do sector da ourivesaria em Portugal.

Embora ameaçada pelo marketing agressivo de outros países europeus, que souberam introduzir as suas jóias mais cedo em circuitos ligados à moda e ao grande consumo, a ourivesaria portuguesa ainda é conotada mundialmente com os dois fatores que hoje pesam na decisão daqueles compradores.

Em primeiro lugar, o ouro português mais utilizado é de 19 quilates (e não apenas 18, como na maioria dos outros países com ourivesaria tradicional) e as peças são trabalhadas manualmente, ainda, com recurso a técnicas que não podem ser imitadas por concorrentes orientais. A nível europeu, a produção nacional ocupa o sétimo lugar, atrás da Itália, França, Espanha, Alemanha, Reino Unido e Grécia.

Mas o mercado interno é reduzido e também se deixou seduzir pelo marketing estrangeiro. A Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal (AORP) estima que valha cerca de 377 milhões de euros, entre os quais as importações pesam mais do que as exportações. A proporção foi, em 2011, de 2,99 euros importados por cada 1 euro exportado. O programa COMPETE apoiou, por isso, o projeto de apoio à internacionalização da ourivesaria portuguesa liderado pela AORP. Assim, lançou, no mês passado, o site portuguesejewellery.pt/.

Este ano, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, até Setembro as exportações de pedras e metais preciosos ou semipreciosos e suas obras totalizavam 24 milhões de euros, o que representa um aumento de 27% face ao mesmo período do ano passado. Sendo o quarto trimestre ainda mais forte entre os consumidores, devido ao Natal, o setor da ourivesaria pode estar otimista em 2013.

Fonte: Dinheiro Vivo